Por John Spencer
Uma vez, dei aulas a uma estudante da oitava série que escreveu quatro romances online, apesar de ter aprendido inglês há apenas três anos. Ela passava seu tempo livre na sala de aula procurando como configurar ímãs de chumbo ou criar filtros para uma lista de e-mail. Ela lia postagens de blogs sobre como criar mais suspense em um enredo e como usar a ação em vez da descrição para desenvolver caracteres. Ela tem uma mentalidade maker. Também tive um estudante que ensinava a si mesmo como programar jogando com Scratch quando estava na sexta série. Com a ajuda de um professor que o orientou ao longo do caminho, ele foi o primeiro filho em sua família a se formar no ensino médio. Agora, ele está fazendo mestrado em engenharia. Ele tem uma mentalidade maker. Por outro lado, também ensinei estudantes com imenso talento que nunca perseguiram seus sonhos porque ficaram esperando um convite que nunca chegou. Eles eram bem comportados, mas não tinham proatividade e não sabiam como resolver problemas. Eles passaram anos esperando por uma oferta que nunca aconteceu.
Acredito que o Design Thinking é tão vital quanto matemática, leitura ou escrita. Existe um grande poder na resolução de problemas, na experimentação e na tentativa de transformar perguntas em ideias de produtos autênticos para serem desenvolvidos. Algo acontece nos alunos quando eles se definem como makers. Quando as crianças adotam uma mentalidade de maker, elas aprendem a pensar fora da caixa e a resolver problemas conectando ideias aparentemente desconectadas. Eles aprendem a assumir riscos criativos e a tentar coisas novas. Eles aprendem a adotar o pensamento iterativo à medida que se movem por meio do processo criativo. No processo, eles experimentam falhas e desenvolvem uma mentalidade de crescimento. Eles se tornam pensadores de sistemas que podem navegar na complexidade, mas também se tornam hackers e rebeldes que mudam o mundo. Em outras palavras, eles se tornam inovadores.
Essas habilidades são vitais para o sucesso na vida e uma parte profunda da experiência humana. Quando as crianças adotam a mentalidade de um maker, elas experimentam a alegria do trabalho criativo.
O fazer manual não pode ser deixado de lado
Todos os dias, pergunto aos meus filhos: “O que vocês fizeram na escola hoje?” Muitas vezes, eles não conseguem me dar uma resposta. Mas, nos dias que conseguem, seus olhos se iluminam e eles descrevem apaixonadamente seus projetos. É nesses momentos que lembro que o fazer é mágico. Quero ver os professores transformarem suas salas de aula em espaços de criatividade e encantamento. Mas aqui está a coisa: isso é difícil de conseguir. Todos nós temos mapas e padrões curriculareslimitados que precisamos ensinar. Nós não temos dinheiro para comprar novos aparelhos sempre. Portanto, a criatividade acaba se tornando um projeto paralelo, uma atividade a mais que realiza quando tem tempo para isso. Mas a verdade é que nunca há tempo suficiente. Você precisa criar esse tempo. Tem que ser uma prioridade. E essa prioridade começa com três crenças orientadoras:
1- Toda criança é um maker (e cada professor é naturalmente criativo)
Todos os alunos merecem a oportunidade de serem seus melhores eixos criativos, dentro e fora da escola. Todas as crianças são únicas, autênticas e destinadas a serem originais. Muitas pessoas – professores também – acreditaram na mentira de que existem certos “tipos criativos” que são a exceção à regra. Mas esta é uma mentira enorme. Todos somos criativos. Todos nós. Nós apenas precisamos de espaços e oportunidades para a nossa criatividade prosperar.
2- Todo aluno deve ter acesso a projetos criativos
Muitas vezes, o fazer manual é reservado a alunos que já fizeram seu trabalho convencional – é como um prêmio para aqueles que terminam seu trabalho rapidamente. Já o Design Thinking e a aprendizagem baseada em projetos são reservados para estudantes considerados talentosos. Mas todas as crianças merecem acesso a projetos criativos. Todo estudantes pode prosperar quando tem a chance de criar e projetar. .
3- Toda disciplina deve ter um espaço maker
Muitas vezes, associamos os makerspaces apenas à codificação, robótica ou prototipagem em 3D. Mas é preciso repensar a definição de maker e de makerspace. Quando os alunos criam blogs, podcasts e documentários, eles estão exercendo uma mentalidade maker. O fazer manual pode acontecer em qualquer disciplina.
Onde começar com makerspaces
Como criamos esses espaços quando não temos tempo ou dinheiro? Como transformamos nossas salas de aula em espaços maker quando temos a pressão constante para realizar o convencional? Vamos começar com a questão do tempo. Quando os professores experimentam projetos de Design Thinking, por exemplo, eles não estão adicionando algo novo à sua grade pronta. Em vez disso, eles estão reorganizando sua grade e escolhendo uma abordagem diferente para os mesmos padrões. Makerspaces não são sobre o “material” em si. Eles são sobre o fazer e a mentalidade maker. Por exemplo, às vezes, a melhor maneira de fazer um protótipo é com papelão e fita adesiva em vez de uma impressora 3D.
Makerspaces são arriscados, mas precisamos ser ousados. Quando nossos alunos nos vêem assumir um risco criativo com nosso próprio ensino, eles são mais propensos a internalizar essa mesma mentalidade. Lembro-me quando dei aulas a alunos da sexta série. Eu compartilhei toda a minha filosofia com meu diretor e falei sobre o que os estudantes aprenderiam e como isso se relacionava a padrões específicos. Muitas vezes, ajuda quando os professores usam a palavra “projeto piloto”. Deixe-os saber que isso é simplesmente algo que você deseja experimentar.
Você não precisa saber como fazer tudo no makerspace. Na verdade, você pode compartilhar seu próprio processo de aprendizagem com sua classe. Você acabará vendo alunos ensinando uns aos outros (e a você) algumas habilidades que você não possuía. Ao mesmo tempo, você também pode aprender algo diferente. Vá fazer alguma coisa. Desvende o Scratch e aprenda as partes iniciais da codificação. Experimente os circuitos pela primeira vez. Faça coisas. Cometa erros. Incorpore o pensamento maker.
Fonte: Medium