Uma das perguntas que fizeram repetidamente para os candidatos a educadores da Expedição MundoMaker foi “o que te motiva na viagem?”. Minha resposta veio a mente e pareceu óbvia, “Trabalhar com educação é um sonho e um projeto de vida. Ajudar a acender fagulhas de uma educação transformadora pelo Brasil será uma oportunidade incrível”.
Quando outros deram suas respostas, no entanto, elas também me pareceram minhas: “Acredito em indivíduos autônomos e comunidades resilientes, em soluções inovadoras para futuros prósperos e abundantes” (Alê), “O que me move é a possibilidade de unir as sabedorias populares tradicionais que conheceremos com as tecnologias que já conhecemos tão bem, e com o resultado criar projetos em uníssono” (Kadu), “O que me move é o próprio movimento. A possibilidade de ter contato, ensinar e principalmente aprender com pessoas diferentes. Me encontrar nos outros e permitir que outros se encontrem em mim” (Nathan), “O que me move é paixão. E me apaixono todos os dias pelas pessoas, coisas e lugares!” (Laís).
Acho que hoje, no 6º dia de expedição, 2º dia de Goiânia, começo finalmente a descobrir qual é a minha resposta: a calma das crianças do projeto Cidadão na USP depois do exercício de atenção plena, a alegria e amor inabalável das mulheres da ONG Terra Livre, a descoberta da professora Fabiana hoje de manhã, a conversa sobre agroecologia com os meninos do assentamento Silvio Rodrigues no jantar de hoje. No fim do dia, como sempre, o que me motiva é estar aberta para as oportunidades de encontro que a vida oferece, para a rica troca que pode acontecer entre um grupo maker de São Paulo e um agroecologista de 15 anos de Alto Paraíso.
Por mais que saibamos que o caminho da educação passa pelo educador não ser alguém que professa, é sempre um tapa na cara aprender tanto de quem se colocou (mais do que desnecessariamente) na posição de seu aluno e de quem nunca ouviu falar nas ferramentas nas quais você sabe mexer. O infinito das possibilidades educativas no simples encontro com o outro será, acredito eu, uma nova surpresa em cada um dos 71 dias de expedição que ainda restam.