Há dois anos demos início à Expedição Mundo Maker. Nesse dia, 27 de junho, a convite do IDDS, chegávamos em Belém recepcionados por mais de 30 pessoas da Fundação Pro Paz, pulando na beira da estrada com um banner gigante e muita animação. Começávamos a encontrar nosso eixo como uma equipe de educadores. E a perceber o verdadeiro peso do que estávamos fazendo.
É uma loucura pensar, depois de dois anos, o que foi a Expedição e o quanto ela segue presente na minha vida até hoje. Eu, uma recém-formada de 24 anos, tive a grande oportunidade e responsabilidade de viabilizar a expedição. Fui lançada ao desafio de liderar a execução, escrever a proposta, levantar os fundos e realizar o planejamento, a logística e a contratação de uma expedição bastante complexa logisticamente pelo Brasil – tudo isso em três meses. Além de despreparada, eu cresci nos Estados Unidos. Como uma “gringuinha” poderia organizar algo tão complexo sem conhecer todas as intimidades do Brasil?
Aprendizagem #1: Acreditar e Confiar. Apesar de meu despreparo profissional e falta de conhecimento, os fundadores do MundoMaker, Fabio, Renata, Orlando e Ivana, confiaram em mim, me apoiaram o tempo inteiro e NUNCA duvidaram de mim.
Mesmo crescendo fora, sempre tive muito orgulho de ser brasileira. Mesmo assim, eu investia pouco aqui, tanto em tempo quanto em coração. Acho que amava mais a ideia de ser brasileira do que de fato SER brasileira, simplesmente porque não compreendia o que isso significava. Mas, pegando a estrada durante tantos dias, comecei a sentir o verdadeiro tamanho, a geografia e a beleza natural do nosso país.
Aprendizagem #2: O nosso Brasil é Espetacular. Tem uma diversidade incomparável. Temos muito para amar e muito para cuidar.
Quando vivemos em um momento turbulento politicamente e economicamente é fácil se sentir sem poder e com pouca esperança em relação ao futuro do país. Quando a expedição começou, o Brasil estava extremamente dividido, pois tinha acabado de acontecer o impeachment de Dilma. Tínhamos muito medo que isso poderia afetar nosso trabalho e a receptividade das pessoas, já que a divisão do país estava tão pronunciada e visceral – mas aconteceu exatamente o contrario. Mais do que nunca, as pessoas começaram a olhar para a educação como uma das soluções mais importantes do nosso tempo. Trabalhando ao lado das pessoas, pude sentir nossas diferenças culturais, linguísticas, culinárias, e ao mesmo tempo, como somos iguais em nossa paixão e vontade de fazer o bem para o nosso pais e nossas crianças.
Aprendizagem #3: Estamos juntos. Do norte ao sul, tem muita gente boa trabalhando para o futuro do país. Precisamos nos encontrar, estimular um ao outro e dar apoio. Tem coisa linda que você nem imagina.
Então, o que dizer apos dois anos de expedição? Que experiência! Quantas aprendizagens! Quanta gente do bem! Que aconteça mais vezes!
Rita Croce, coordenadora de logística e planejamento da Expedição