Em 2001, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), mais precisamente o Center for Bits and Atoms, investiu milhões de dólares em máquinas cujo objetivo era fazer “quase tudo”. Desde então, o conceito se espalhou pelo mundo e deu origem aos makerspaces, nada mais do que centros de aprendizagem que abrigam essas máquinas. Dados divulgados em 2016 indicam que existem cerca de 1400 makerspaces registrados nos quatro cantos da Terra, indo da zona rural da Índia até a África do Sul, passando por países como Quênia, Austrália, Noruega e, claro, Brasil (o MundoMaker é um deles!). Com tantas opções, visitar uma unidade é garantia de ver um novo mundo se abrindo diante de seus olhos. A seguir, reunimos alguns makerspaces com projetos que se destacam tanto por serem inovadores quanto por seus impactos sociais:
1) Vigyan Ashram, Índia
Essa unidade foi construída em um pequeno vilarejo na zona rural do país. A boa notícia é que até hoje ele é amplamente usado pela comunidade local, que aproveita bem a vasta gama de máquinas disponíveis. Um dos projetos desenvolvidos é a construção de próteses de mãos de baixo custo.
2) Jalalabad, Afeganistão
Símbolo do impacto social dos makerspaces, os membros dessa unidade criaram comunitariamente o sistema de rede wireless FabFi. Mesmo em meio à guerra civil, eles puderam levar internet à cidade depois de receberem um treinamento para executar o projeto em janeiro de 2009. Até o final do dado ano, a cobertura WiFi já se estendia por seis quilômetros! O local é tão democrático que mulheres afegãs o frequentam de burca. Alguns cidadãos vão até o local para serem treinados e depois voltam às suas aldeias para repassar o conhecimento aos conterrâneos.
3) Amersfoort, Holanda
Sustentabilidade econômica e ecológica é o grande foco desse espaço, conhecido internacionalmente graças ao seu empenho no tema. Um dos projetos desenvolvidos é a construção de barcos movidos à energia solar para participarem de competições. O que mais surpreende é o fato de a própria comunidade bancar seus custos de operação, o que os permite não estarem presos a nenhuma empresa.
4) Nairobi, Quênia
As impressoras 3D vêm promovendo uma verdadeira revolução na região desse makerspace, que foi idealizado pela Universidade de Ciência e Tecnologia do Nairobi. É com elas que os makers locais estão produzindo um instrumento que ajuda médicos a encontrarem as veias de bebês e administrarem agulhas intravenosas nos pequenos. Essa tem sido uma saída econômica para resolver um problema de saúde pública – que só foi possível graças à criatividade, ao poder de inovação e à tecnologia gerada pela união dos locais e do makerspace de Nairobi.
5) Habibi.works, Grécia
Localizado na cidade de Katsikas, ele é conhecido como o “makerspace da liberdade”. Isso porque ele dá aos refugiados da região (a maioria vindos da Síria, Iraque e Afeganistão) a chance de aprender e compartilhar suas habilidades junto à comunidade grega local. Assim, eles podem colaborar com a região que os acolheu e construir um espaço de intercâmbio cultural riquíssimo.