No ano passado, o MundoMaker passou por uma de suas experiências mais enriquecedoras: a Expedição MundoMaker Pará. O projeto surgiu a partir do convite para que o MundoMaker participasse do encontro IDDS Amazon, iniciativa do MIT (Massachusets Institute of Technology) que aconteceu em Boa Vista do Acará, no Pará, de 4 a 17 de julho. Pensando em como aproveitar melhor essa oportunidade, uma vez que o caminhão-oficina iria atravessar o Brasil para chegar ao Pará, decidimos montar um roteiro de “paradas” durante a ida e a volta do caminhão e, assim, proporcionar Oficinas Maker baseadas na filosofia da aprendizagem criativa para as comunidades visitadas e levar a experiência da educação mão na massa. Trabalhamos sempre os 4 Ps da aprendizagem criativa: pensamento lúdico (play), paixão (passion), aprendizado em pares (peer learning) e aprendizagem por projetos (project based learning).
Entre os dias 13 de junho e 27 de agosto, instituições de ensino de diferentes estados receberam a visita do Truck MundoMaker, um laboratório maker sobre rodas, equipado com materiais e ferramentas diversas que vão de fita crepe e placas de acrílico a impressora 3D, cortadora a laser e wi-fi. A expedição ofereceu às instituições o contato com a prática da aprendizagem criativa: desenvolver projetos significativos para os jovens, levando em consideração o diálogo entre os pares, a criatividade, o respeito, o pensamento crítico, o planejamento, a resiliência e a possibilidade de errar como parte do processo de aprendizagem.
Foram propostas diversas oficinas, entre elas a de Instrumentos Musicais, em que participantes escolheram um instrumento e programaram seu som a partir de materiais como tubos de PVC, potes de inox, fita de cobre e makey makey; e a do Rosto Robótico, em que as crianças tinham que programar o movimento e a fala do rosto de uma figura humana de MDF com olhos feitos de bola de pingue-pongue e uma mandíbula articulada.
Nosso principal objetivo em cada oficina era despertar a curiosidade e o interesse das crianças e educadores pelo “fazer manual” por meio de propostas de projetos que uniam equipamentos sofisticados, como impressora 3D e cortadora a laser, com materiais e ferramentas acessíveis – de martelos a canos PVC -, mesclando robótica e programação de computação com marcenaria. As oficinas não tiveram custos para as escolas, já que houve apoio do Programaê!, uma parceria da Fundação Lemann e da Fundação Telefônica Vivo, da WorldQuant Foundation, apoio técnico do MIT Media Lab e de 188 pessoas que contribuíram por meio do Catarse.
Durante os 77 dias de expedição, percorremos 10.000 km, impactamos 2.500 pessoas (crianças e educadores), passamos por 17 cidades em oito estados (SP, GO, TO, MA, PA, PI, CE, BA, MG). Os participantes vieram de 152 escolas públicas ou ONGs. Para isso acontecer contamos com o trabalho de 35 educadores expedicionários ao longo da viagem, que estavam sempre dispostos a dar o melhor de si em cada parada, garantindo que a experiência fosse inspiradora para todos os envolvidos.
Acompanhe nosso blog que, nos próximos dias, iremos contar em detalhes cada etapa da nossa expedição.
Veja como foi nossa parada em uma das cidades escolhidas, Belém: