Foi com muito orgulho que o MundoMaker recebeu estudantes do renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, para atuarem como mediadores em nossas oficinas de férias. A parceria, com duração de duas semanas, teve como objetivo estabelecer a troca de conhecimento entre os jovens norte-americanos e a criançada Maker. A turma de monitores foi formada por Jesse Gibson, que cursa Ciências da Computação e tem experiência como instrutor de robótica; Kareem Itani, estudante de Engenharia Mecânica; e Seth Wong Shun Him e Cathy Sun, apaixonados por matemática, física e engenharia. Aproveitamos a oportunidade para bater um papo e saber mais sobre cada um deles, olha só:
O que te levou a seguir essa carreira e por que o MIT?
Kareem: sempre me interessei muito por engenharia mecânica e, para quem tem vontade de trabalhar nessa área, o MIT é a universidade dos sonhos. As pessoas de lá são ótimas, a cidade é muito bonita e ainda posso jogar futebol!.
Cathy: matemática e ciências sempre foram minhas matérias favoritas no colégio e, desde cedo, sabia que queria ter uma carreira relacionada a essas áreas, mas não tinha a ideia exata de qual caminho seguir. Sabia que no MIT conheceria pessoas bacanas que me ajudariam com isso e, lá, descobri minha paixão pela engenharia mecânica, bem como por projetos mão na massa e trabalhos em equipe.
Jesse: fazia parte do time de robótica da minha escola e, aos poucos, comecei a me interessar por engenharia e decidi que queria fazer algo relacionado a essa área. Nunca tinha pensado muito sobre qual faculdade fazer, mas realizando algumas pesquisas descobri que o MIT era a melhor universidade de engenharia do mundo, então não tive muita dúvida (risos).
Seth: estudava na Universidade Nacional de Singapura e acabei tendo a oportunidade de migrar para o MIT. Escolhi o MIT porque sinto que lá as pessoas têm um senso de propósito, uma vontade de mudar o mundo, e são muito apaixonadas pelo que fazem. É maravilhoso estar cercado de pessoas assim.
Quais são suas áreas de maior interesse?
Kareem: com certeza, engenharia mecânica. Também pretendo me aprofundar mais em data science no ano que vem.
Cathy: gosto muito das aulas de projetos que combinam engenharia e design. Certamente vou seguir para a área de eletrônicos de consumo, como telefones, computadores e televisões.
Jesse: tenho muito interesse em ciências da computação e em engenharia biológica. Saber como a vida funciona, entender seus porquês e como melhorá-la é algo que sempre me fascinou.
Seth: quero muito me especializar em sistemas educacionais e trabalhar para melhorar a educação ao redor do mundo.
Alguém da sua família te influenciou ou te inspirou a seguir essa área?
Kareem: tenho uma prima que se formou no MIT há alguns anos e posso dizer que ela me influenciou, sim. Além dela, meus pais, é claro, que sempre trabalharam duro e me ensinaram o valor do trabalho.
Cathy: meu pai. Ele é professor de biologia, então cresci sendo estimulada a estudar, a entender os porquês das coisas e a explorar áreas desconhecidas.
Jesse: meus pais. Eles sempre trabalharam muito e foram um exemplo pra mim. Meu pai trabalhava no ramo de construções e sempre me encorajou a aprender sempre mais e a entender como as coisas funcionam.
Seth: meu pai sempre foi um modelo pra mim. Ele trabalhava na indústria espacial e, quando eu era criança, líamos artigos da enciclopédia todos os dias. Ele me fazia ter curiosidade para entender coisas como “por que o céu é azul?” e outras perguntas que temos quando somos crianças. Essa curiosidade me acompanhou a vida toda.
Qual sua relação com o Brasil e qual foram suas impressões sobre o país?
Kareem: na verdade, sabia pouca coisa sobre o Brasil, mas agora me considero um fã (risos). Aprender a história do país e como ele vem se desenvolvendo ao longo dos anos foi incrível. Sinceramente, a infraestrutura em São Paulo é melhor do que muitos lugares nos Estados Unidos. Não conhecia ninguém aqui, mas volto para casa cheio de amigos. Espero voltar muitas vezes.
Cathy: tudo o que sabia sobre o Brasil era por meio do que via nos telejornais. Descobri um país encantador, com pessoas extremamente amáveis e pacientes. Ah, e também adorei a comida!
Jesse: ano passado, tive aulas de português, então já sabia um pouco sobre o país, mas sem dúvida alguma vir para cá superou as expectativas. É um país maravilhoso.
Seth: tenho um amigo que mora no Rio de Janeiro e alguns amigos do MIT que vieram fazer estágio no Brasil e eles sempre me incentivaram a vir pra cá. O Brasil é um ótimo país, com pessoas calorosas e boa comida. O estrangeiro se sente muito bem recebido e querido aqui.
Como foi a experiência de ser um mediador do MundoMaker?
Kareem: uma amiga participou da oficina no ano passado e falou tão bem do MundoMaker que tive que vir ver com meus próprios olhos. Sempre tive muita vontade de ensinar crianças e foi uma experiência incrível. As crianças que conheci aqui têm sete, oito anos e já entendem como funciona uma cortadora a laser, isso é demais! Fico feliz em influenciar positivamente crianças tão novas e contribuir para o futuro delas de alguma forma. A língua foi um desafio, mas me diverti o tempo todo.
Cathy: foi única. Aprendi muito sobre a importância de estimular a imaginação e a criatividade das crianças desde cedo. Muitas coisas que as crianças estão fazendo no MundoMaker eu só fui fazer aos 18 anos e teria amado ter contato com tudo isso antes. Mesmo que elas não queiram seguir uma carreira nessas áreas, essas oficinas desenvolvem diversas outras habilidades essenciais para o futuro.
Jesse: como disse, ano passado tive aulas de português, então pensei que seria uma ótima ideia fazer um projeto como esse no Brasil e poder ensinar e praticar minha nova língua ao mesmo tempo. O MundoMaker realmente permite que as crianças coloquem a mão na massa e isso me encantou. O maior desafio foi achar um jeito de ensinar que mantivesse as crianças sempre interessadas. Não poderia ter tido uma experiência mais enriquecedora.
Seth: foi desafiadora, principalmente por ensinarmos crianças de diferentes idades. A principal lição que aprendi foi a ser mais paciente comigo e com os outros. Antes de cada aula temos um minuto de meditação para deixar as crianças concentradas e focadas e esse hábito é algo que vou levar comigo pra sempre. Sou muito grato.
Pretende continuar ensinando outras pessoas?
Kareem: sim, estou curioso para ver pra onde minha vida vai caminhar em relação ao ensino. Quero muito poder impactar positivamente a vida de outras pessoas.
Cathy: sim. Como meu pai é professor ele me ensinou o valor de ensinar e de espalhar educação, então é algo que quero levar para a vida toda.
Jesse: com certeza. Já ensinei outros jovens, mas nunca tive uma experiência com crianças tão novas. Foi estimulante.
Seth: sempre gostei de ensinar. No MundoMaker ensinei crianças um pouco mais velhas, de 10 a 14 anos, e outras bem novas, de seis, sete anos. Foram experiências muito diferentes e gostei muito de ambas, mas acho que gostei mais de ensinar as mais novas. Elas são muito fofas, têm muita energia e interagem de um jeito muito puro. Foi incrível. Acho que meu país precisa de mais projetos assim, que combinem teoria e prática. Vejo uma oportunidade de começar algo assim por lá e mudar vidas.
Fale sobre uma experiência que mudou a sua vida.
Kareem: entrar no MIT provavelmente foi uma das maiores experiências da minha vida. Lembro como se fosse hoje do dia em que descobri que tinha sido aprovado e de comemorar muito com a minha família.
Cathy: não consigo pensar em uma experiência específica, mas algo que mudou minha vida foi saber que meus amigos e outras pessoas acham que sou capaz de iluminar um lugar e fazer as pessoas sorrirem. Acho isso poderoso.
Jesse: gostaria de dizer que foi minha entrada no MIT, mas infelizmente consegui estragar esse momento. Cheguei do colégio bem cedo em casa no dia que saía o resultado, mas fui para o quarto e caí no sono. Acordei horas depois, quando o resultado já tinha saído (risos).
Seth: até a sétima série, eu era uma criança rebelde e problemática, que dava trabalho aos pais e odiava estudar. Naquele ano, tive uma professora de matemática e ciências que era excelente e, graças a ela, me senti estimulado a estudar e a aprender sempre mais. Escolhi minha carreira por causa dela e temos contato até hoje. Ela transformou minha vida.
Qual mensagem você deixaria para as crianças e para a equipe MundoMaker?
Kareem: queria dizer que fiquei extremamente impressionado com o trabalho que o MundoMaker faz com as crianças. Desejo que expandam ainda mais seus projetos e agradeço demais a oportunidade.
Cathy: graças ao Mundomaker, tenho certeza de que quero ensinar crianças pra sempre. Muito obrigada por isso!
Jesse: o MundoMaker é um exemplo de como somos capazes de melhorar o mundo. Vou levar essa experiência comigo a vida toda.
Seth: queria agradecer às crianças. Além de muito divertidas, elas têm muita vontade de aprender. No fim das contas, não só ensinei, como também fui ensinado. Para o pessoal do MundoMaker, queria dizer que sou grato pela atenção e ajuda durante esse tempo todo. Todos são profissionais incríveis e me ensinaram muito. Continuem com o bom trabalho e curiosos a vida toda!